Francisco carregou doze refugiados sírios para casa. Preciso, desde já, explicar que este post não transporta qualquer lufada de crítica à atitude papal. Muito pelo contrário, esta atitude transforma este papa no primeiro com quem realmente simpatizei e faz dele a meus olhos um político audaz e um estratega brilhante, para além do que eu já considerava que ele era, isto é, um homem muito bom, sábio e inteligente.
O número de refugiados não foi, obviamente, uma feliz coincidência. Antes radica no número de apóstolos que Cristo escolheu para seus seguidores e profetas. Estes doze, apenas doze, e nem por isso lá muito dotados de inteligência e sabedoria, acabaram por se reproduzir em milhões, como sabemos.
Há, no entanto, mais contactos entre a escolha de Cristo e a escolha de Francisco. Também Cristo escolheu os seus discípulos entre pessoas que andavam meio perdidos na vida, pescavam pouco, embebedavam-se com frequência, não possuíam um palmo de terra, não tinham facebook, eram meios marginais, não gozavam da simpatia dos vizinhos e tinham fugido das casas paternas para dormir na rua, por causa da violência doméstica. Cristo pegou neles, falou-lhes aos corações empedernidos, ensinou-lhes a pescar peixe mais graúdo e só não os levou para a sua própria casa, como faz agora o papa Francisco, porque o carpinteiro já era velho e não suportava barulho depois da meia-noite.
O vaticano é imenso, o papa praticamente não os verá mais, mas as riquezas do vaticano e a vida confortável que os refugiados terão lá levá-los-ão a renegar a miséria que as suas religiões lhes trouxeram e a abraçar, sem constrangimento, a religião católica. Só burro não aceitaria esta mudança e isso eles não são, como sabemos.
Depois de bem comidos e bebidos, nutridos no corpo e no espírito, é só semeá-los nas terras da moirama e deixar o fermento levedar… Brilhante.