terça-feira, 7 de setembro de 2021

 

ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO SECUNDÁRIO 

- REFLEXÕES AVULSAS, TÃO NOCTURMAS QUANTO POSSÍVEL 

(ÁGUEDA, 2003)


TEXTO 1

UMA REFLEXÃO MUITO PROVISÓRÍA (EYES WIDE SHUT)


PARTE 2

De olhos bem abertos, porque queremos ver, mas sem ver, ou vendo menos do que seria sensato ver, passamos por eles, sem neles deixarmos vincos ou marcas ou uma imagem, ainda que fugaz, de genialidade ou competência, ou mesmo uma simples lembrança grata, reconfortante, saudosa...

Triste permanência esta a do professor que, de olhos bem abertos para ver claro, mas com produto semelhante ao de os ter fechados, passa pela vida e dela recebe apenas a desconsoladora recompensa de ter sido só medíocre, medíocre e só, simplesmente porque a comunicação que soube entabular com os seus alunos só em dias muito claros e muito nítidos se aproximou do belo, do audaz, do produtivo, do útil, do sublime.

                                                                          joao de miranda maranhao

domingo, 5 de setembro de 2021

ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO SECUNDÁRIO 

- REFLEXÕES AVULSAS, TÃO NOCTURMAS QUANTO POSSÍVEL 

(ÁGUEDA, 2003)


TEXTO 2

UMA REFLEXÃO MUITO PROVISÓRIA - (EYES WIDE SHUT)     (1)

De olhos bem abertos, porém vendo pouco (na melhor das hipóteses apenas metade do que seria desejável ver), olhamos atentamente para os nossos alunos, esforçando-nos por que eles nos entendam, não tanto por os entendermos a eles, e depois passamos, seguimos, cumprimos e largamos.

Outros docentes os apanharão, descobrirão como permanecem ignorantes, e inaptos. Esses novos docentes porão em causa o trabalho dos docentes anteriores que os deixaram naquele estado larvar, naquele limbo de imbecilidade de onde não sairão tão cedo... 

De olhos amplamente abertos, mas vendo pouquíssimo, também estes novos docentes se esforçarão, sem tréguas nem limites, por lhes ministrar conteúdos e desenvolver autonomias.  Atentos aos mínimos sinais de interesse por parte dos nossos discentes trogloditas, refrasearão sem esmorecimento os mesmos estafados conceitos, as mesmas regras gramaticais, o mesmo léxico intransponível. 

Porque eles, os nossos limitados alunos, não nos ouvem, não nos olham, não nos acreditam, não se libertaram do concretismo que os amarra á mediocridade. 

E carpiremos eternamente, ano após ano, as agruras desconfortáveis de nunca sermos entendidos pelos nossos amorfos aprendentes.

   

                                                                               joão de miranda maranhão


ENSINO, APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO DA LÍNGUA INGLESA NO ENSINO SECUNDÁRIO 

- REFLEXÕES AVULSAS, TÃO NOCTURMAS QUANTO POSSÍVEL 

(ÁGUEDA, 2003)


TEXTO 1

O texto que pretendo trazer a este blogue não é um texto, mas vários. São reflexões desencadeadas no decurso de um seminário orientado por Celso Oliveira. É pouco provável que se encontre nelas esmerada coesão e harmonia, já que elas se manifestavam à noite, entre amigos docentes de línguas estrangeiras, na companhia de (ainda) tanta tesão pelo ensino, de tanta esperança na escola pública, de camaradagem sem ambiguidades  e de cerveja fresca quanto baste para obrigar  a fluir ideias e entusiamos.

                                                                               joão de miranda maranhão